Eles

…Da mesma forma como eu fui me tornando mãe lentamente durante toda a  gravidez, o Leo foi  tornando-se  pai aos poucos depois do nascimento do nosso bebê.

Ilusão querer achar que ele amava aquela sementinha da mesma forma que ama hoje o seu garotão. Ele tinha carinho, tinha medo que  algo acontecesse com a gente, imaginava situações,  falava com o Vini na barriga. De alguma forma, isso me incomodava quando estava grávida. Chegou um momento que eu queria que ele sentisse a paternidade com o mesmo amor de mãe que eu tinha pelo nosso bebê e muitas vezes me entristeci por criar expectativas. Ele falava com todo o carinho, que pra ele era diferente,  ainda sentia-se na platéia.

Até que um dia ele escreveu esse texto aqui, preocupado com o espaço da casa, a educação que daria, os horários que teria com o cotoquinho de menos de 40 cm na época… Do seu modo, se descobrindo pai, mas ainda sem saber o quão invadido seu coração seria, e eu a cada dia tendo mais certeza que o meu filho não poderia ter um pai melhor.

E ai chegou o nosso RN em casa, ainda tão dependente da mamãe, mas que todos os dias e em pequenas doses, sentia um colo peludo e meio desajeitado, mas com um toque e uma voz familiar, que o acalmava quando não era fome, que o acolhia em seu duplex (brincadeira nossa em relação ao seu peitoral), que cantava aquela canção de ninar sem nexo nenhum. Ambos se descobrindo e criando uma intimidade maior a cada dia, no jeito e no tempo deles.

E os meses foram passando e quem fica na platéia agora sou eu, feliz, realizada, acompanhando os homens da minha vida se amarem cada dia mais. O Vinícius demonstrando com perninhas balançantes e olhar eufórico a chegada do papai do trabalho; o Leo todo bobo falando que o nosso 70 cm de gente é a razão da vida dele.

Passei nove meses gerando o nosso pequeno, me fiz mãe, construímos nossa família. Passaram-se mais  nove meses  e vejo um pai dedicado, zeloso e apaixonado, nascendo a cada dia…

E respondendo o que ele ainda não sabia naquela época do seu texto:

Como sonho com esse sorriso largo e banguela! Será delicado e encantador como o da mamãe? Ou será meticulosamente planejado como o do papai?

Totalmente igual ao do papai.  Sorriso que, sendo planejado ou não,  genuinamente desperta o meu melhor amor, o amor que sinto por vocês.



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8 Comentários

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8 Respostas para “Eles

  1. Pingback: Manual das Encalhadas

  2. Camila

    Oi Ana, descobri seu blog ontem “fuçando” pela internet e estou absolutamente, incondicionalmente encantanda!!! Estou tentando engravidar há quase três anos. Só nesse ano já fiz inseminação artificial, fertilização in vitro, etc, etc, e etc, enfim, gastei tudo o que podia e o que não podia e não deu certo. Mas não perdi as esperanças…
    Como digo para minhas amigas, passo 15 dias do mês esperando o dia fértil e 15 dias achando que estou grávida. Rs. Hoje por exemplo é um dia que estou achando que estou grávida (e de gêmeos!!! porque esperança pouca é bobagem…)
    Ler seus textos me emociona e me faz pensar como será gostoso quando meus pequerruchos chegarem. Como vai dar trabalho e como minha vida vai ser mais cheia e feliz!!! Como vou ficar mais pobre de grana e como vou ficar milionária de afeto!!! Como vou perder um pouco meu marido e amante e como vou ganhar um novo homem, PAI do meu filho…
    Sou grata por dividir comigo (sim, porque é pra mim que vc fala. Já sou sua melhor amiga desde criancinha… rs..) as dificuldades e os encantos de nascer mãe.
    Um grande abraço!!!
    Camila

  3. Hoje grávida da Mariana, prestes a ganhá-la eu já vejo meu marido mais maduro nesse aspecto, mas quando o Leo veio, foi exatamente assim, eles cuidam, desejam e se preocupam, mas só viram pais mesmo a hora que nasce, que pegam no colo, apesar dos dois serem super unidos e não se desgrudarem, agora como vc mesma disse, eu é que sou a espectadora. Beijos.

  4. eu duas coisinhas fofas e sem bem como eh isso, para homem eh diferente sim, mas com o tempo eles assumem o seu papel e que claro, é diferente do nosso, sempre vai ser!
    adorei chegar aqui!
    um bj doce e apareca nas abobrinhas
    Roberta

  5. E se vc tiver outro filho verá tb outro pai!
    Eles dedicam , tem amor, mas mãe é mãe….a nossa natureza é gerar, alimentar, cuidar, dedicar e a deles é ser firme e nos manter em equilibrio dando apoio e muito amor!
    Linda a foto deles

  6. Oi Ana
    Eu segui o seu outro blog, ou q. é o mesmo, enfim… Tô confusa pq. te encontrei de novo, e em momentos q. nossas vidas estão tão diferentes. Adoro seus textos, mas estou desatualizada…vou colocar em dia.
    Deixei para vc. lá no http://www.frozenbossanova.blogspot.com, uma indicação para o Selo Prêmio Sunshine Award. Qdo. recebi a indicação e vi q. tinha q. indicar 12 blogs, lembrei de cara do seu, e saí google afora pesquisando. Tb. estou nesse momento “família”… e com um blog novo apenas sobre o universo infantil: http://www.caixinhadefosfoross.blogspot.com
    Abraços e até mais.
    Larissa

  7. Ainda não tenho filhos, mas sempre ouço dizer que as mulheres começam a ser mães quando engravidam, enquanto os homens começam a virar pais quando o filho nasce. Você conseguiu dizer isso de uma forma linda e emocionante!
    Sorte do seu pequeno ter uma mãe e um pai tão apaixonados por ele e um pelo outro!
    Lindo texto!
    Beijos!

  8. Ai que coisa mais linda Ana! Parabéns pelo texto! Estou me sentindo como vocês já sentiu a um tempo atrás: querendo que o papai ame a sementinha o mesmo tanto que a mamãe!

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