Arquivo do mês: fevereiro 2010

Todos os nossos dias…

Duas, quatro, seis, nove. Bracinhos encolhidos, boquinha estalando e cabeça de um lado para o outro entre meus seios. Três andadas pelo corredor e deito-o sobre mim, vamos até as dez horas assim. Conversamos, sorrimos e choramos.Minhas habilidades causariam inveja a qualquer outro ser humano não-mãe: meus braços medem três metros, minhas pernas correm na velocidade da luz, meus olhos enxergam alem do alcance, meu instinto nunca se engana, todos os meus sentidos ficam em alerta pra qualquer sinal de perigo. Ele não gosta de água gelada, mas gosta de fria, e as perninhas batem fortemente molhando a parede, o chão e toda a minha barriga.A gente se abraça de novo, a gente gruda um no outro. Ofereço o melhor de mim e ele mostra aos poucos que não sou apenas necessária, sou fundamental, sou sua segurança, sou sua ponte, sou a mão estendida mostrando possibilidades.Preciso arrumar tudo e ele vem comigo e os meus movimentos o fazem rir, e mesmo sem saber, ele faz com que todo aquele trabalho seja mais leve. Depois canto, faço careta e chego até a rebolar ,ele só diz uma coisa, com os olhinhos apertados no meio de uma gargalhada de contagiar ” Você é engraçada, continua”.E as horas vão passando, a televisão vira atração, o quarto vai ficando escurinho e ele espreme os bracinhos novamente, estala a boquinha e dorme se alimentando de mim.

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