Ontem fomos a Feira de Tradições Nordestinas ou Feira de São Cristovão, ou ainda, Feira dos Paraíbas. Eu ja falei lá no Prendadas algumas vezes sobre a saudade que sinto da minha terra (Recife-PE) e o quanto sinto falta de algumas particularidades do meu lugarzinho. Beleza. Mas hoje eu escrevo sobre oooutras coisas, sobre situações “engraçadas” que a gente passa quando as pessoas daqui (sudeste) tem uma visão um pouco engessada do que mal conhecem.
Meu marido é carioca e antes de ir me capturar em terras nordestinas, achou que encontraria aquele climão de seca no sertão, ruas curtas e de barro, comércio pequeno e pessoas andando com roupas esfarrapadas e pé no chão, tanto é que até hoje fala que eu era uma cortadora de cana que ele resgatou do trabalho escravo e me deu uma vida digna na cidade grande. Calma, ok…tudo bem vai, deixando o exagero um pouco de lado, ele imaginava que Recife seria um lugar bacana, e claro, eu não era nenhuma bóia fria, já que falava com ele pela internet sobre todos os assuntos do Brasil e do mundo (sim, lá tem banda larga, tem tecnologia), frequentava uma faculdade e tinha um emprego decente (sim, lá tem faculdades e empresas de todos os portes, rá!) e não era uma mocinha bobinha do meio do mato (sim, lá ninguém é inocente nem muito menos fácil de enrolar). Mas ele ainda assim, ficou surpreso com o que encontrou…
” Mas Bita, isso aqui é tão parecido com o Rio”.
“Pois é meu amor, menos um ignorante na face da terra”.
Com perdão da expressão ignorante, a quem possa ofender, mas que aqui é usada no sentindo denotativo (adj. e s.m. e s.f. Que não tem saber. / Que não é instruído em certas coisas.), e não faz mal a ninguem reconhecer-se como tal.
Voltando àquelas situações “engraçadas” que eu falei no começo do post, elas seriam totalmente normais pra mim, se não me fizesse ficar bege com bolinhas verdes fluorescentes, com o que escuto de vez em quando nessas bandas de cá. Não, eu não fico chateada, juro, nem muito menos acho que é preconceito ou coisa parecida, até porque sou tratada muito bem por todo mundo, eu fico é simplesmente bege com bolinhas verdes fluorescentes, só isso.
Ai teve uma amiga do trabalho, lá em SP, que falou assim:
“Nossa Ana, você aprendeu a se vestir bem tão rápido! Suas roupas são tão paulistas”
(Ela achava que eu vivia de vestidinho de chita)
A Vó do meu marido na primeira vez que me viu:
“Olha Leo, ela não tem cara de nortista, rostinho todo fininho”
(Como assim Vó Bial?? Recife é no nordeste e mesmo assim eu não entendi a brincadeira…)
O meu cunhado cabeção sem noção:
“Vamos comer no Habib´s”
“Ah, novidade pra Aninha ne? Tá viciada??”
(Confesso que nesse dia fiquei meio sem paciência, mas quando ele soube que lá em Recife, o Burger King chegou primeiro do que aqui no Rio, fiquei com esperanças que ele nunca mais iria duvidar,de que lá, a gente não come somente na barraca da feira livre)
E depois disso tudo, quem mais aprendeu fui eu. Eu tenho certeza que lá na Amazônia não existe só índio, que a África não é composta somente de fome, miséria e AIDS e que os americanos não são um monte de babacas comendo fast food e pronto. Que não devo estigmatizar nada nesse mundão.
E voltando a Feira dos Paraíbas, como aqui todo mundo que fale “oxe”, “égua” e goste de um forró, é chamado, a tarde foi ótima, regada a carne de sol com manteiga de garrafa, guaraná Jesus, quadrilha e bandeirinhas de são joão.
Eu não sou do nordeste, mas tenho exatamente o mesmo problema com meu marido, do interior de São Paulo. No começo do nosso namoro ele era do tipo que dizia que sem São Paulo, o nordeste morreria de fome. Tive muito trabalho para resgatar este “ignorante” (no mesmo sentido que você usou). Coroei o aprendizado com 10 dias de férias em Natal, onde ele pôde ver que lá não é o fim do mundo e até é urbanizado! kkk
hahahaha ai Ana adorei seu post. Eu sou comissária e defendo tudo que vc disse, Recife é uma delííícia e não é sertão não! Eu moraria facilmente no nordeste, mas perto do mar! rs Clima gostoso de sol, pessoas humildes e muito mais educadas que a metrópole que eu vivo que é SP. Sem falar na comida, que eu viraria uma obesa. rs Agora te digo uma coisa, eu não gostei do Jesus. hehehe tomei ele lá em São Luiz mas achei muito doce, quase vomitei. Mas exageros à parte, eu já estava grávida e não sabia, então quem sabe um dia eu dê uma segunda chance ao Jezuis. hehe Já o Gab e meus amigos amaram! eu trouxe uns 10 na mala. hahaha beijao
hahahahahaha… adorei!!!
bj
kkkkkkkkkkk mas vc ia ficar uma graça de chita hahahahaha
É amiga, vivendo e aprendendo.
Bjss
Guaraná Jesus! Um amigo meu foi pra Recife e disse que havia conhecido Jesus… até tirou uma foto com ele… hehehe
esse final de semana em brasilia fui no magai e comi tudo disso aí, e na feira dos importados vi esses refrigerantes de tudo quanto é jeito:litro,lata ,garrafa, quis tirar foto mas fiquei sem graca, aqui em goiania nao vejo(confesso q adorei as embalagens,os tons de rosa!)
Eu também já sofri por ser estigmatizada e por estigmatizar… abrir a mente e curtir o diferente faz tão bem! Ainda vou lá conhecer mais sua terrinha. Já fui na lua de mel, mas praticamente não saí do hotel. Queremos conhecer Recife! Ainda mais agora depois de ver suas fotinhas.
Beijos,
Talita.
Oi, Ana!
Por muito tempo também tive essa visão distorcida do Nordeste. A televisão foca muito na pobreza dessa região. Só o que vemos são pessoas que moram em casinhas de barro sem eletricidade. Foi com a internet que eu aprendi que há cidades lindas e ricas no Norte e Nordeste do nosso país, e em países também difamados, como o Irã, por exemplo.
A televisão nos dá a informação pronta e tendemos a acreditar em tudo o que ela afirma, mas na internet é muito mais fácil de ter acesso a vários tipos de informação, e a cada coisa que buscamos, surgem outras 10. Assim a gente aprende muito mais. A internet é uma ferramenta anti-ignorância fantástica!
Cristo Rei!!!!!!
Aninha, vc tem muita paciiência com essas coisas viu?! Pq me dá uma preguiiiiçaaaa…de passar por certas coisas deste tipo, claro que nunca tratei ninguém mal por estes tipos de comentários, mas que eu não gosto, não posso negar (rsrsrsrsrss..). As pessoas que nos conhecem e vêm aqui na terrinha, sabem que gostamos de tratar todos muito bem, somos atenciosos, carinhosos e sem frescura nenhuma! Claro que em todo lugar do mundo, tem gente grossa e mal educada, mas a maioria de nós somos o contrário disso não?
Fico triste quando vejo os meus primos que moram aí no Rio serem constrangidos em plena sala de aula e pasme: pelos próprios professores!! Que os chamam de “paraíbas” ou “baianos”, nada contra nenhum dos dois lindos Estados, que adoro e onde já passei momentos incríveis com meu maridão (hehehehe…), mas somos pernambucanos, nossas famílias matam vários leões por dia pra termos ótimas oportunidades na vida, nos dando condições pra batalhar de igual para igual com qualquer pessoa (de qualquer lugar do mundo). Meus primos são adolescentes lindos, fofos, educados, carinhosos, queridos e têm as melhores notas do Colégio, mas parece que isto não é o suficiente para a Escola tomar providência com os tais “profes” e estes deixarem nossos amorzinhos em paz e assim evitar por exemplo que minha prima volte chorando pra casa, sempre que é constrangida na sala, por causa do seu sotaque e coisas do gênero. Desculpe o desabafo, mas adorei vc tocar neste assunto, isto é uma coisa que me deixa engasgada há muito tempo e agora tenho a chance de falar sobre. Obrigada, lindona.
Bjocas pra ti,
Dani Valença.
Oiii, sempre leio teu blog, mas é a primeira vez que posto!!! Também sou Recifense e moro no Rio, é engraçado mesmo, mas tem muita gente que ainda acha que o Nordeste é fim de mundo,hihihih.
Xero pra vc